terça-feira, 12 de abril de 2011




Fim de uma etapa

Acabou meu tempo em Guangzhou. Fim do contrato de três meses.
Quando eu cheguei, estava me sentindo inabalável, já tinha viajado outras vezes, estado em outros lugares. Já tinha tido a experiência de fazer amigos e ter que dar tchau que para muitos é para sempre. Achava que dessa vez não ia me deixar envolver com ninguém a ponto de sofrer na hora de ir embora.Só na minha doce inocência mesmo...
Parece que dessa vez foi pior, ou melhor, depende do ponto de vista. Fiz muito mais amigos, me envolvi muito mais com cada um deles e nesse momento está parecendo que a saudade vai ser insuportável e que estou deixando aqui um pedaço do meu coração. Por um lado estou triste, mas por outro estou me sentindo tão amada, tão bem quista por várias pessoas que nem parece justo ficar aqui chorando.

É muito difícil classificar o significado desses últimos três meses na minha vida. Me diverti demais, aprendi muito sobre mim. Apesar disso acho que hoje estou mais confusa sobre muitas coisas do que jamais estive, mas mesmo assim estou feliz, pensando positivo e vivendo um dia de cada vez, curtindo um dia depois do outro. Vivi uma outra cultura, aprendi muito sobre os hábitos cotidianos dos chineses. Sei que fui amiga e ajudei algumas pessoas no caminho. Conheci pessoas do mundo inteiro. Recebi propostas de trabalho das mais estranhas.Voltei a me sentir inteligente (o que acontece com muito mais facilidade no meio de várias modelos do que numa faculdade de engenharia). Vivi um dia de cada vez, não fiz muitas perguntas sobre o que estava por vir, deixei acontecer.

Comprei minha câmera fotográfica, aprendi umas palavras em mandarim, aprendi algumas receitas de comida chinesa, me apaixonei pela vida em Guangzhou. Decidi ir embora porque o meu objetivo inicial não foi alcançado e como já tinha curtido demais os objetivos perifércios decidi ir atrás do que vim fazer aqui.
Dos erros cometidos, acho que está tudo bem, os principais foram concertados, fui embora sem deixar mágoas. Os menores tem só a ver comigo e não vão me impedir de continuar.

Fiz trabalhos dos mais estranhos e bregas possíveis. Tive vontade de matar um chinês todos os dias. Mas fiz muitos chinese felizes também pleo simples fato de retribuir um sorriso ou um ni hao. Conheci lugares lindos. Mas conheci lugares muito, muito feios também. Aprendi a reconhecer vários caracteres em mandarim simplificado.
Mas sem dúvida, de todas as coisas que eu relatei aqui e de todas que eu esqueci de relatar, o que mais dou valor, e o que mais me faz feliz são as boas amizades e as pessoas que cruzaram meu caminho esses últimos tempos. E superestimo tanto o valor disso, que digo de coração que dinheiro nenhum que eu pudesse ter ganho aqui, poderia substituir os bons momentos que vivi com elas.

Vou parar por aqui porque a bateria está acabando e logo o avião vai pousar. Além disso estou chorando muito já não vejo mais a tela do computador...

Beijos com carinho...

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